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ELO: Introduzindo a Cultura indígena no contexto urbano

ELO - INTRODUZINDO A CULTURA INDÍGENA NO CONTEXTO URBANO

Aprendemos durante nossa vida escolar a cultura indígena, superficialmente. Conhecemos sua história, sua existência e importância na colonização do território brasileiro. Além disso, nos apresentam um dia no qual os homenageamos. Entretanto, conhecemos sua tradição? Sabemos sua importância nos dias atuais? Porque há uma indiferença no nosso cotidiano? Existe um preconceito estabelecido na comunidade não indígena?       No período dos últimos dez anos houve uma diminuição de 15,03% da população indígena no estado do Rio Grande do Sul, passando de 38.718 para 32.989 habitantes (POPULAÇÃO...,2012). Neste contexto é relevante analisar de que forma tratamos a inserção dos grupos indígenas nas áreas urbanas, uma vez que se deparam nos paradigmas da sociedade atual.     
A comunidade não indígena regrou-se sua socialização com os demais povos colonizadores, havendo uma dificuldade da inserção de outras culturas, como o caso de indígenas, negros e imigrantes. O esforço passa desde a necessidade obrigatória de convivência, sendo ela em espaços públicos, ou até na adaptação aos costumes destes povos.       
A era tecnológica possibilita um domínio multicultural com extrema facilidade e, por outro lado, a intolerância fez com que se criassem fronteiras entre eles, e na criação delas iniciam-se os conflitos sociais. Segundo Laroque e da Silva  “o ‘conflito’ que há entre as duas sociedades – nacional e indígena – é marcado por uma visão do outro, que é diferente de nós, portanto considerado ‘inferior ou incapaz’, e é justamente esta justificativa que os brancos utilizaram para exterminar milhares de indígenas durante largo período da História brasileira”. (2012, p. 11)     Esta intolerância passa pela falta de informação e de uma maior sensibilidade do povo não indígena com os povos originários, uma vez que a sua inserção urbana é algo procedente, principalmente no contexto histórico, em que “as cidades invadiram os espaços indígenas” (LAROQUE; DA SILVA, 2012, p. 11).       
Adentrar nas cidades não fora um propósito cultural dos indígenas, mas sim uma necessidade. As condições existentes nos aldeamentos, assim como a falta de auxílio governamental, obrigaram as comunidades a migrarem para fora das áreas demarcadas em busca de melhores qualidades de vida. Desta maneira, não houve um preparo adequado, tanto da cidade quanto dos cidadãos, para que houvesse uma inserção correta a fim de manter seus costumes e tradições, e sim medidas paliativas. Tais medidas persistem até hoje.     Dentro das análises apresentadas indicou-se que para haver uma aproximação cultural de forma correta será necessário implementar espaços dentro das zonas de conforto de ambas comunidades. 
Portanto a cultura indígena é riquíssima. Aprendemos sobre ela o básico, sem o interesse social de conhecermos sua total complexidade, talvez por falta de interesse ou de instrução.  Impregnou-se em toda a sociedade o olhar egocêntrico e preconceituoso nas atitudes com que devemos olhar o outro. Falta-nos a maturidade de enxergar a dificuldade e propor a possibilidade. Tal característica não é resolvida na inserção de programas ou projetos que viabilizem suas aproximações, e sim, na construção de mecanismos que ao longo do tempo possam suprir a necessidade da busca incessante da prova de seu protagonismo


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