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CAPELA MORTUÁRIA PARA LONDRINA

CAPELA MORTUÁRIA PARA LONDRINA

status: acadêmico
ano: 2015
“O que caracteriza a obra divina é a distribuição desta sabedoria e desta beleza, sem distinção nem preferência: qualquer material para ela, a Natureza, é o bastante para engendrar uma obra-prima. Um raio de sol e a pétala de uma flor, mesmo sobre a lama de um pântano, são motivo de um quadro que imortalizaria um artista, se ele tivesse tintas… e talento para executar sua fiel reprodução.” (SILVA, 1934)¹.

O projeto conceitua-se na NATUREZA como a fé que permeia toda a humanidade, em que busca a igualdade e harmonia. Para simboliza-la utilizou-se um elemento integrador, a vitória-régia, planta típica da Amazônia pertencente à família das ninfeias, as mesmas reproduzidas nos quadros do pintor impressionista Claude Monet.
Claude Monet - Nenúfares(Nymphéas) (W1800), 1916, (200x200cm) - Museu Nacional de Arte Ocidental, Tokyo
A arquitetura nasce como a planta, um volume cilíndrico emerge no lago, no qual parte de seu corpo fica enraizado no lodo simbolizando o apego e aos desejos carnais, e outra parte fica acima da água (flor e folha), em procura da luz como promessa de pureza e elevação espiritual.

O acesso é configurado por uma rampa que atravessa o espelho d'água, expressando a purificação na caminhada.  No escuro corredor o usuário se impressiona com a explosão de luz na parte interna da capela. Seu layout circular representa a comunhão dos fiéis, todos ao encontro da fé. No centro está disposta a grandiosa cruz em madeira, em que pode ser vista em todos os ângulos.
A capela se fecha para o seu exterior, mas se estende para um interior de contemplação e introspecção onde a fé e a natureza se fundem. O jardim composto por plantas tropicais se abre para o céu recebendo o sol, a luz, a chuva, o vento. Este elemento garante a iluminação e ventilação natural necessária para o interior.

A estrutura é composta por blocos de concreto estrutural aparente, dando a austeridade para o ambiente. Já a laje é formada por várias pétalas, placas de protendido engastadas na viga de borda, todas se encontram ao centro desenhando uma ingênua flor.
360°
¹Citação retirada do artigo “O Teosofista”, edição de março-abril de 1934, pp. 72 a 74. Escrita por Oswaldo Silva foi um dos teosofistas mais ativos no Brasil durante as décadas de 1920 e 1930.
CAPELA MORTUÁRIA PARA LONDRINA
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