Se descobrir como agênero é não achar espaço dentro da sociedade. É quase como ser invisível. Você não tem pronome, não tem banheiro, não tem definição sobre N coisas. Ser agênero é confundir, é deixar todos com a pergunta "é menino ou menina?" na mente, e as vezes até na ponta da língua (como se fosse necessário ser um dos dois). Ser agênero é contrariar a todos, é não usar maquiagem ao mesmo tempo que não quer usar cuecas. É ser você mesmo quando todos esperam uma menina. E é ser você mesmo quando todos esperam um menino. Ser agênero é não querer ser só (a) e não precisar ser só (o). Ser agênero é solitário, é confuso, é perturbador, mas só no começo. Depois que você se aceita agênero, ser agênero é maravilhoso, não precisar ser mais um rotulo da sociedade é libertador. E poder ser somente você, sem precisar ser um pronome é a forma de liberdade mais bonita que encontrei na vida.
- Valquiria Monteiro