"(…) O corpo daquela muher feito de terra, envolto em crostas de terra. Faltou-me o ar para respirar. A mulher dormia. Saí para a rua para apanhar ar. Não havia ar. Tive de sorver o mesmo ar que saía da minha boca, detendo-o com as mãos antes que partisse. Sentia-a ir e vir, cada vez menos; até que se fez tão fino que desapareceu por entre os meus dedos para sempre. Nuvens espumosas faziam remoinhos sobre a minha cabeça, enxaguar-me com aquela espuma e logo a seguir perder-me na sua turvação. Foi a última coisa que vi.(…)"
 
in Pedro Páramo de Juan Rulfo
hands & arms
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©nunofigueira . 2014

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