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VIAGEM NO TEMPO: QUANDO O PASSADO É PRESENTE - Notícia

VIAGEM NO TEMPO: QUANDO O PASSADO É PRESENTE
Esta segunda-feira, 12, poucos foram os que compareceram no TAGV. Viajou-se, no tempo pelos caminhos do cinema.
 
O quarto dia do festival Caminhos do Cinema Português, 12, teve em exibição a curta-metragem “Crónica Parisiense” de Luís Miguel Correia e a longa-metragem “A vingança de uma mulher” de Rita Azevedo Gomes.
 
O realizador, Luís Miguel Correia, trouxe à tela o ambiente intelectual da cidade das luzes aquando das conquistas nazis. A ação expõe a envolvência de uma sociedade cosmopolita à beira da rutura e os receios dos artistas exilados. O ambiente totalitário vivido em Portugal é também explorado através da figura do compositor português Fernando Lopes Graça.
 
No que concerne ao público, Natália Cardoso considera que a curta-metragem tem tanto de pontos positivos como de pontos negativos.
 
A longa-metragem é baseada num conto de Barbey d’Aurevilly, escritor francês da segunda metade do século XIX. Com argumento e realização de Rita Azevedo Gomes, a ação remete-nos para um passado distante, embora que repleto de sentimentos intemporais.
 
Num lugar indefinido da Europa do século XIX, Roberto, interpretado por Fernando Rodrigues, é um ‘dandy’. O “bon vivant” leva uma vida de tédio em que nada o surpreende. Numa noite que sai em busca do prazer, conhece uma cortesã que lhe revela o seu passado: ter sido Duquesa de Sierra Leone. Numa amálgama de revolta e sofrimento, a Duquesa, interpretada por Rita Durão, jura vingança após o seu marido mandar matar o seu grande amor. Conduzida pela dor, planeia a mais atroz das vinganças: num atentado à honra, torna-se prostituta.
 
A dor e a vingança são sentimentos transversais a todas as épocas. A realizadora, Rita Azevedo Gomes, garante que apesar de ser um filme que interpreta uma época “não é um clássico”. Um dos elementos que confere atualidade ao filme é a figura do narrador, que faz a ponte entre o passado e o presente.
 
Opiniões do público divididas
 
No que toca ao público, as opiniões contradizem-se. Para Natália Cardoso, a longa-metragem é “um pouco cansativa”. Em contrapartida, a argumentista, Rita Azevedo Gomes, alerta que o filme “exige a paciência de quem assiste e tempo para compreender”. A duração dos planos foi, também, alvo de atenção. Natália Cardoso afirma que o filme “perde com o abuso da narrativa”. Já Susana Paiva sentiu-se “gratificada” por ver um filme que pudesse “contemplar”.
 
Apesar das opiniões se dividirem quanto à realização, tal não aconteceu com a interpretação. O trabalho da atriz Rita Durão foi unanimemente enaltecido. A estudante de Estudos Artísticos, Cláudia Santos, considerou o trabalho da atriz “fenomenal”.
 
Apesar de uma sala pouco preenchida, durante o filme muitos foram os que abandonaram a sala. A realizadora, Rita Azevedo Gomes, mostrou-se despreocupada com a situação, revelando sentir-se apenas “desarmada”. O desejo de ver o comportamento do público mudar é deixado pela espetadora Cláudia Sousa.
14 DE NOVEMBRO DE 2012
TEXTO POR  E MÓNICA BOZINOSKI E RAFAELA VILÃO
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Revista Via Latina

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