POLINIZADORES
Os polinizadores desempenham um serviço vital nos ecossistemas e na agricultura. Ao transportarem o pólen entre flores, ou seja ao realizarem a polinização, possibilitam a reprodução de plantas e a formação de frutos e sementes. Assumem, assim, uma enorme importância ecológica na natureza e para as populações humanas. Cerca de 75% das plantas cultivadas dependem deles. Os polinizadores garantem a polinização de cerca de 90% das plantas silvestres.
Embora a grande maioria pertença ao grupo dos insetos, há também algumas espécies de aves, morcegos e repteis que desempenham este importante papel na natureza. Os abelhões, as abelhas solitárias e os sirfídeos (também conhecidos como moscas-das-flores) são os polinizadores mais frequentemente observados. Outros insetos como borboletas, traças, vespas e escaravelhos, bem como algumas aves, como as referidas neste calendário, também desempenham uma importante função na polinização em Portugal.
Nas últimas décadas os polinizadores têm vindo a enfrentar muitas ameaças, e as populações de muitas espécies estão em declínio ou mesmo ameaçadas de extinção. As principais ameaças aos polinizadores são as alterações no uso do solo, a perda de habitat, a agricultura intensiva, o uso de pesticidas, a poluição (incluindo poluição luminosa), a predação por espécies exóticas invasoras e as alterações climáticas.
Os polinizadores precisam de locais (habitats) com comida, água e abrigo para viver, reproduzir e prosperar. As comunidades, as organizações e mesmo cada cidadão podem realizar pequenas ações para ajudar e potenciar a necessária presença e proliferação dos polinizadores. Cultivar pequenos jardins com uma grande diversidade de plantas silvestres autóctones, não cortar ervas ou podar arbustos no tempo da floração, não usar pesticidas e criar abrigos, são alguns dos exemplos de ações que estão ao alcance de todos.
Paulo Célio Alves e Rosinda Pimenta
Textos das Legendas: Sónia Ferreira e Luis Silva