Exposição Alegoria dos Disfarces

Alegoria dos disfarces é uma reflexão sobre a importância dos processos na criação artística. Estes integram-se, permeiam-se, dividem-se, escondem-se. Eles são origem, meio e fim. Da modelagem à fotografia. Da fotografia à pintura. Na pintura, busca-se o efeito tridimensional da escultura, que por sua vez, descobre-se capturada em duas dimensões.

Tais intervenções recíprocas são instrumentos para a concepção de um projeto criativo. São meios de obtenção de uma linguagem pessoal, que nada mais é que a busca natural de todo artista. Não sendo de todo original, este caminho também não deixa de ser único, na medida em que proporciona resultados estéticos exclusivos de uma atividade individual na arte.
O ensaio é também uma interpretação da influência do tempo no resultado estético da obra. Ele, o tempo, é como um farsante que concede e toma. Em sua ambiguidade, ele provê a maturidade do artista, que só com o seu passar é capaz de desenvolver sua reflexão e aprimorar seus processos. Porém este enganador também esvai-se da trajetória daquele que se dedica a fazer a arte, privando-o da possibilidade de seguir quando ainda tem tanto a criar, abandonando-o à mesma condição humana que o levou a fantasiar.

Claudia Casaroti