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TCC - Almanaque Cosplay e seu crescimento no Brasil

Projeto para o TCC da pós graduação em design gráfico 
Introdução
O almanaque Cosplay e seu crescimento no Brasil, foi desenvolvido a partir da seguinte pergunta: “Quando o cosplay surgiu?”, através desse questionamento o projeto vai abordar esse e outros assuntos referentes a esse universo cosplay. A justificativa para o projeto é fazer a sociedade olhar para o cosplay não como um simples hobby, mas também como uma oportunidade de trabalho pois muitas pessoas trabalham com personagens vivos em festas, ações sociais e etc. Esse projeto vem para auxiliar as pessoas que possuem interesse em adentrar e se aprofundar mais no universo cosplay. Os objetivos específicos do projeto gráfico são: Conhecer a história do universo cosplay, os procedimentos de como montar seus próprios cosplays, como se portar em um evento, técnicas para se dar bem em um desfile, e conhecer mais sobre a origem dos almanaques (quando surgiu, os primeiros modelos e quando começaram a serem produzidos no Brasil). A primeira hipótese a ser levantada para o desenvolvimento de um almanaque no formato A4 e com fotos relacionadas ao assunto. Para tanto, esta monografia foi dividida em 2 partes, a primeira parte é a parte teórica onde foi dividida em 5 sub capítulos, a segunda parte é o desenvolvimento do almanaque sub divido em 7 sub capítulos que abrange: público alvo, painel semântico, tipografia, grid, formato gráfico, espelho e projeto gráfico finalizado
O que é cosplay ?
Segundo Coelho Junior (2007, 65) ele cita a definição de cosplay:
“... termo derivado das palavras inglesas: cos = costu-me, traje, fantasia e play = brincar, jogar o que pode ser entendido como ‘brincar de costumes’, ‘brincar de teatro’ ou simplesmente ‘roupa de jogador”. A origem do cosplay segundo o site Significados
“Muitas pessoas consideram os japoneses os criadores desta brincadeira, no entanto o crédito é dos norte-americanos. De acordo com os registros históricos, a primeira pessoa ase fantasiar de um personagem de ficção científica foi Forrest J. Ackerman, em 1939, na World Science Fiction Convention, em Nova Iorque. Com o passar dos anos, cada vez mais fãs de personagens fictícios iam aos eventos fantasiados, criando o conceito do costuming, fan costuming ou masquerade , como também era chamado. A criação do termo cosplay teria surgido em 1984, quando Nobuyuki Takahashi, após visitar o evento de ficção científica em Los Angeles, conheceu os masquerades e, ao voltar para o Japão, escreveu um artigo para uma revista descrevendo as pessoas fantasiadas como cosplayers. A partir da década de 1990, com a popularização dos animes e mangás japoneses no mundo ocidental, a palavra cosplay ficou relacionada com a caracterização por personagens que pertençam aos desenhos orientais.”

Público Alvo
Ser cosplayer não precisa ter uma idade específica, mas para o desenvolvimento deste almanaque sobre o cosplay, foi realizado uma pesquisa no Google Forms do dia 08 de outubro de 2019 à 16 de janeiro de 2020, com o objetivo de estabelecer o público para o qual o almanaque vai ser direcionado. A faixa etária definida para o desenvolvimento do projeto foi de 20 a 26 anos, a maior parte dos entrevistados são estudantes.

Painel Semântico
O painel semântico que foi utilizado como referência após a definição do
público alvo, foi baseado em duas grandes áreas: cosplays e almanaques, sendo
que essas foram subdivididas em mais duas áreas: formas e cores. No quesito das paletas cromáticas foi observado que tanto nos almanaques quanto nos cosplays possuem uma grande variedade de cores, porque em ambos os universos a escala cromática pode ser trabalhada de diversas formas dependendo do projeto gráfico ou do personagem a ser homenageado, em contraparte na questão das formas os almanaques já possuem uma pré-determinada (sendo
a forma retangular ou quadrada) e no caso dos cosplays, não possuem forma
definida podendo ser: grandes ou pequenas, de fácil manuseio ou não.

Tipografia
O artigo Notas para uma normatização da nomenclatura tipográfica (FARIAS, Priscila Lena 2004) define a palavra tipografia da seguinte maneira: “conjunto de práticas e processos envolvidos na de criação e utilização de símbolos visíveis relacionados aos caracteres ortográficos (letras) e para-ortográficos (números, sinais de pontuação, etc.) para fins de reprodução. Isso inclui tanto o design de tipos quanto o design com tipos. Na falta de um termo em português que traduza o termo inglês typeface (literalmente, ‘face de tipo’, ou o desenho de um conjunto alfanumérico coerente, independentemente de sua implementação enquanto ‘fonte’), o termo ‘tipografia’ pode ser utilizado como um sinônimo de ‘fonte’ para referirmo-nos a um determinado ‘tipo de letra’ utilizado em alguma aplicação específica”
Após essa definição, foram desenvolvidos 3 testes para verificar se as tipografias eram de fácil leitura para o público do almanaque. Em todos os experimentos as tipografias utilizadas são sem serifas, sendo de fácil leitura e compreendimento.
Nos primeiros testes, as conclusões obtidas foram:


Na parte do sumário a tipografia Fira Sans foi testada na forma regular, seu
tamanho foi de 18 pt e entrelinha 18 pt, mas a mesma não foi escolhida devido
aos numerais, onde observar-se que alguns deles não ficam alinhados com o
uma parte do texto, os números que ocorrem esse caso são: 7 e 9.

Nas legendas das fotos a tipografia testada foi a Fira Sans, no corpo Medium, tamanho 12 pt e entrelinha 14.4 pt, sendo que essa tipografia acabou se adaptando melhor como descrição para as fotos. A tipografia que foi testada para o corpo do texto foi a Corbel, corpo Regular, tamanho 12 e entrelinha 12, quando ambas foram testadas pode-se observar que a legenda estava com
mais destaque em quanto o texto estava como uma informação secundária. A tipografia usada na paginação foi a Ubuntu corpo Bold, tamanho e entrelinha 12, devido a mesma não possuir serifa e possuía mais relevância que o texto. No segundo experimento realizado as conclusões obtidas foram:

O teste número 2 no sumário foi feito com a tipografia Segoe UI, o resultado obtido foi que ela se adaptou melhor em relação a primeira tipografia testada, devido a mesma ter todos os caracteres alinhados e possuir uma leitura mais fácil e concisa em comparação com a anterior. Sua formatação utilizada foi:
Corpo: Regular;
Tamanho da Fonte: 14 pt;
Entrelinha: 11 pt;

Para o teste realizado nas legendas das fotos a tipografia que permaneceu igual ao primeiro teste foi a Fira Sans, sendo que ela passou por alterações em seu tamanho e entrelinha, tornando a mesma uma informação secundária, dando destaque ao corpo do texto (o mesmo será comentado no próximo tópico) a formatação atual da mesma é:
• Corpo: Medium
• Tamanho da Fonte: 8 pt
• Entrelinha: 11 pt
O teste 2 nos números das páginas, a tipografia selecionada foi Trebuchet MS, devido a mesma ser utilizada tanto em textos corridos como em informações principais e secundárias. Sua formatação foi:
• Corpo: Regular
• Tamanho da Fonte: 11 pt
• Entrelinha: 12 pt

O segundo teste realizado no corpo do texto foi com a tipografia Ebrima, o resultado que pode ser observado é que a mesma é de fácil compreensão e leitura e não causa cansaço, sendo que ela foi a tipografia que se adaptou ao estilo de texto que o almanaque propõe. A formatação utilizada foi:
• Corpo: Regular
• Tamanho da Fonte: 11 pt
• Entrelinha: 12 pt

Após os 2 primeiros estudos algumas alterações foram efetuadas, conforme a orientação do professor e também a partir da observação do orientando, foi gerado assim uma terceira premissa do uso da tipografia no almanaque:

Neste terceiro teste do sumário, foi mantido o resultado obtido do experimento anterior, sendo alterado somente o tamanho da fonte e a entrelinha da mesma:
• Tamanho : 12
• Entrelinha: 14


A tipografia definida para as legendas das fotos permaneceu a Fira Sans, sendo que foi alterado o seu tamanho, para que essa se tornasse uma informação secundária, sua formatação final definida foi:
• Corpo: Medium
• Tamanho da Fonte: 9 pt
• Entrelinha: 11 pt
Para a numeração das páginas foi mantido a Trebuchet MS, devido a mesma ser utilizada tanto em textos corridos como em informações principais e secundárias. Sua formatação foi alterada para que a mesma se tornasse uma informação secundária:
• Corpo: Bold
• Tamanho da Fonte: 8 pt
• Entrelinha: 12 pt

Após o segundo estudo, a tipografia Ebrima foi mantida, devido a mesma ter se adaptado ao estilo de leitura que o almanaque propõe, sendo que sua única alteração foi o seu tamanho:
• Corpo: Regular
• Tamanho da Fonte: 10 pt
• Entrelinha: 12 pt

Grid

Para o desenvolvimento do projeto gráfico (almanaque) foi realizado alguns testes com os grids obtendo-se 2 premissas que foram:
- Nesse primeiro teste realizado foi com 2 colunas, margens de 1.27 cm e gutter de 0.42 cm, observando o resultado desse teste foi concluído que o texto muito grande era dividido em dois quadros as informações ficavam muito próximas, não possuindo um respiro adequado para o leitor e as imagens não possuíam o quadro de respiro adequado e o leitor teria uma certa dificuldade em segurar o livro e prejudicar sua leitura
No segundo experimento a quantidade de colunas foi mantida, sendo que somente as margens e o gutter foram alterados para melhorar a visualização e o espaçamento maior para que o leitor possa segurar o livro sem prejudicar sua leitura. As medidas utilizadas para as margens foram de
1,5 cm e para o gutter foi de 0,6 cm. Com essa nova medida do gutter foi possível observar um novo conforto visual para a leitura do usuário. Esse estudo realizado foi escolhido para o projeto gráfico.

Exemplos dos textos e imagens aplicadas nos grids:
Grid teste 1 
Grid teste 2
Formatos Gráficos
Os formatos gráficos propostos para o desenvolvimento do almanaque foram um formato digital, sendo que esse será um PDF interativo, em questão do formato físico foram estudadas algumas premissas:
Na primeira premissa, o resultado obtido foi que o projeto seria desenvolvido em uma folha A4, sendo que nesse teste foi observado que o almanaque seria considerado um projeto padrão (não possuindo os detalhes fundamentais de um projeto gráfico) e não demonstraria o formato real de um almanaque e quando fosse impresso esse almanaque não seria considerado um projeto sustentável devido ao desperdício de folhas que seriam gastas na impressão.

Formato gráfico 1
Formato gráfico 2

Após os estudos realizados (ver item 1.5) o formato escolhido foi 24,7 cm X 20,7 cm, sendo que essas medidas se tornam mais próximas de um almanaque e foi observado que o leitor possui uma maior facilidade em segurar o almanaque sem atrapalhar sua leitura e facilita o seu transporte

Espelho
Para o desenvolvimento do espelho, foram feitos alguns testes para determinar a quantidade de páginas que o almanaque deverá conter e se os conteúdos abordados estariam bem distribuídos nas páginas. A primeira premissa obtida foi um almanaque com 54 páginas, esse resultado foi satisfatório, mas ele não foi o escolhido devido a quantidade de páginas que o item lista de figuras iria ocupar, para este item estava reservado 5 páginas e os demais itens estavam bem distribuídos nas outras páginas. A segunda premissa obtida foi um almanaque de 50 páginas, devido que foi eliminado 4 páginas (2 páginas que estavam reservadas para o item lista de figuras, que acabou sendo utilizadas somente 3 páginas) e 2 páginas com conteúdo que não seriam necessários para o almanaque (1 anúncio de evento e uma montagem feita no Photoshop). O resultado obtido foi satisfatório, devido a economia de folhas que vai ser gerado na hora da impressão e ele será um
almanaque que será fácil de ser manuseado. A terceira premissa obtida foi um projeto gráfico de 46 páginas, devido a algumas correções sugeridas pelo orientador, sendo que a principal que o almanaque não possui o item lista de figuras ( sendo somente essencial na monografia) e também houve a realocação de alguns conteúdos do almanaque.

Projeto Gráfico
Após todos os estudos realizados e parâmetros definidos o almanaque foi desenvolvido em duas fases que são: miolo e capa. Nos primeiros rascunhos conforme
observado no item 2.3, o almanaque possuía as seguintes formatações:

Neste primeiro rascunho é observado que existe uma certa desordem na organização da hierarquia de informações devido a tipografia utilizada no corpo e nas informações de destaques, pois a mesma estava com mesmo tamanho e a única diferença era no seu corpo ( bold e regular), mas a partir deste primeiro estudo foi observado que a tipografia Trebuchet MS poderia ser aplicada nas informações secundárias com o tamanho e corpo adequado.
No segundo rascunho o resultado obtido foi que a tipografia Fira Sans não era adequada para grandes quantidades de textos e a mesma possuía alguns numerais que não ficavam alinhados com os demais caracteres, mas um ponto positivo observado foi que a Fira Sans poderia ser aplicada nas legendas das fotos, outra observação realizada é que em almanaque não era necessário possuir uma lista de figuras, sendo que este item era necessário somente na monografia.
No terceiro rascunho os pontos definidos para versão final foram: que as margens deveriam possuir 1,5 mm de distância do conteúdo para as bordas, que as legendas fossem 1 pt menor que o corpo do texto, o gutter foi definida a medida de 6 mm para que o conteúdo fosse melhor alocado e que tivesse um espaço maior de respiro. foi avaliado também que as entrelinhas fosse 2 pts maior que o corpo do texto para que o mesmo não ficasse tão “próximos” um dos outros, foi definido um espaçamento 13 mm dos números das páginas em relação as margens das páginas gerando assim mais um ponto de respiro entre os conteúdos e por último foi realizado cortes nos elementos não necessários na fotografia dando assim um valor maior aos cosplayers fotografados.
Após todos os estudos realizados e conforme a terceira premissa do item 2.6, o miolo foi dividido em 46 páginas e os conteúdos presentes foram alocados da seguinte forma:
• Páginas 1 e 2: Folha de rosto
• Página 3: Foto de grupo cosplayer
• Página 4: Ficha catalográfica
• Página 5: Dedicatória
• Página 6: Folha de rosto
• Página 7: Foto de grupo cosplayer
• Página 8: Folha de rosto
• Página 9: Sumário
• Página 10: Folha de rosto
• Páginas 11 a 15: Origem do termo cosplay no mundo
• Páginas 16 a 21: O que é cosplayer?
• Páginas 22 a 25: Depoimento de Cosplayers
• Páginas 26: Anúncio
• Páginas 27 a 32: Depoimentos de cosplayers mais conhecidos
• Páginas 33: Anúncio
• Páginas 34 a 37: Como fazer uma armadura de EVA
• Páginas 38: Anúncio
• Páginas 39 a 42: Fotos do desfile cosplay realizado no Itaim Anime Fest
• Páginas 43 e 44: O que é ser cosplayer atualmente e fotos de diversos personagens
• Página 45: Poster cosplay
• Página 46: Folha de rosto

Segue o projeto gráfico completo em formato prancha:
No desenvolvimento da capa do almanaque foram realizados 11 experimentos, sendo que o experimento número 5 foi o escolhido para ser a capa do almanaque. Capas 1 a 11 (Primeiros experimentos):
No desenvolvimento da lombada e da capa traseira, foi realizado uma montagem com fotos dos eventos cosplays realizados na cidade de São Paulo. Abaixo segue a lombada e a capa traseira do almanaque:
Capa número 5 (Capa escolhida) :
Considerações Finais

Após todos os estudos realizados nessa pesquisa, foi observado que o universo do cosplay e o design gráfico caminham lado a lado em diversos momentos sendo os principais a criatividade e a experimentação dos projetos gráficos e dos acessórios e roupas de um determinado personagem. Atualmente o cosplay vem ganhando novos espaços nos mundos digitais (as redes sociais e os conteúdos de produções de acessórios e roupas têm ganhado grandes destaques) tanto como no real (aumento de eventos relacionados, ações sociais e lojas especializadas), assim trazendo uma nova visão de uma cultura que antes era considerada “estranha”, ridicularizada pelas pessoas que acreditam que o ato de se fantasiar de um determinado personagem é considerado um ato infantil e sem nexo para a sociedade. No âmbito do design editorial, o almanaque desenvolvido agrega todas as técnicas de diagramação, escolhas da tipografia e dos formatos gráficos (o formato de almanaque foi escolhido devido ao mesmo ser prático e de reunir uma vasta gama de informações de uma maneira simples e objetiva para o leitor), além de que o mesmo possui uma grande quantidade de figuras que é uma das características mais presentes no almanaques e uma das maneiras de ilustrar o vasto mundo que a comunidade cosplay abrange. Por fim, espera-se que esse projeto desenvolvido contribua para futuros estudos dessa comunidade e abra mais espaços para a união desses dois mundos que possuem algumas características tão pertinentes entre si e permita que os mesmos caminhem juntos criando assim novas oportunidades criativas e
experimentais.

TCC - Almanaque Cosplay e seu crescimento no Brasil
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