Olá, pessoal, pra quem não sabe, em 2019 eu visitei a Galeria Cláudia Andujar no Instituto Inhotim, sede de um dos mais importantes acervos de arte contemporânea do Brasil, em Minas Gerais, e lá eu fiquei impressionado com o trabalho fotográfico da Cláudia Andujar, onde as tradições e o modo de vida dos Yanomami são o tema central de sua atividade.
A partir daí eu decidi fazer outro trabalho artístico, meus desenhos, usando como referência fotografias feitas pela Cláudia nos seus anos de ativista. Levou um ano até que todos os desenhos estivessem prontos e esse é o momento exato para mostrar os trabalhos finalizados, e juntos, a todxs vocês, e não por acaso, é em um momento no qual precisamos chamar a atenção a situação dos povos indígenas do nosso país nesse período de pandemia pela Covid-19.
(...) Entre os mais de 90 mil brasileiros mortos, a Covid-19 já levou mais de 612 vidas indígenas, infectou por volta de 21.200 e atingiu cerca de 145 povos. Para além do luto imposto às famílias, as perdas indígenas geram um conjunto de consequências para a organização social dos povos e para o conjunto das relações deles com seus territórios e os demais segmentos da sociedade brasileira. Superar as agruras impostas pela pandemia e pela omissão daqueles que insistem em negar a realidade deve ser a nossa tarefa diária, tendo no horizonte a esperança de que possamos construir um Brasil mais solidário e justo, onde o direito à vida seja de fato um direito fundamental. (...)
(Texto recorte do Artigo de Nara Baré e Danicley Aguiar, publicado no site da APIB - Articulação dos Povos Indígenas do Brasil)
